dezembro 31, 2009

a caminho do futuro.




"Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade."
(Miguel Torga)


Feliz Ano Novo!

dezembro 19, 2009

quero, neste Natal...




Quero, neste Natal, poder armar uma árvore dentro do meu coração e nela colocar, em vez de presentes, os nomes dos meus amigos.
Os que vivem longe e os que vivem perto.
Os antigos e os mais recentes.
Os que vejo todos os dias e os que raramente vejo.
Os que sempre recordo e os que às vezes esqueço.
Os das horas difíceis e os das horas alegres.
Os que sem querer feri e os que sem querer me feriram.
Aqueles que conheço profundamente e aqueles que conheço menos bem.
Aqueles que me ensinaram e os que se deixaram ensinar por mim.
Uma árvore de raízes muito profundas para que os seus nomes nunca sejam arrancados do meu coração.
Uma árvore de folhas muito largas para que os nomes vindos de todas as partes, venham e possam juntar-se aos existentes.
Uma árvore de sombra muito agradável para que a nossa amizade seja um momento de repouso na luta pela vida.
Não só nesta quadra, mas todo o ano, que o espírito de Natal faça de cada lágrima um sorriso, da amargura a sabedoria e de cada coração uma casa aberta para receber todos.

Feliz Natal!!!

dezembro 16, 2009

acordo intímo




"(...)
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
(...)
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
(...)"
(Alberto Caeiro)

dezembro 05, 2009

"Na Cidade"





Rica em contrastes, exemplo vivo de harmonia religiosa, cultural e étnica, sente-se na cidade o passado. O futuro escreve-se e redefine-se à medida que o presente se desenrola, como quem dá continuidade à história. Dia-a-dia. Todos os dias.

Deambula-se sem pressas, criam-se laços, gosta-se. Entranha-se e não se estranha. Perdemo-nos na multidão.

Trespassa-nos a simplicidade dos olhares; cativam-nos os sorrisos e a simpatia.

Esmaga-nos a imponência e riqueza das suas mesquitas, igrejas, sinagogas e palácios históricos.

Experimentam-se outros paladares. Uma paleta de cores e sabores a que não podemos ficar indiferentes.

Desperta-se na alvorada com o muezin que entoa o chamamento à oração. Cumpre-se a rotina 5 vezes por dia. Antes de se purificar a alma lava-se o corpo.

Do Grand Bazaar ao Bósforo, passando pelo emblemático “Expresso do Oriente” imortalizado por Agatha Christie e Ian Fleming somos levados numa espécie de viagem fugaz às "mil e uma noites".

Entre a dança do ventre e o ritual Dervish, percorremos séculos de história. Rituais de entrega. Movimentos, vibrações, impacto, ondulações e rotações que envolvem o corpo como um todo. Cruzamento entre o profano e o sagrado pela mão de cânticos entoados com fervor e paixão. Fio condutor num rodopiar eterno. Receber e dar. Graciosidade no desenrolar dos corpos numa espécie de transe redentor.

Grandiosa, diversificada, multicultural, cosmopolita. Modernidade e tradição lado a lado, o melhor de dois mundos. Europa e Ásia de mãos dadas.

Isto é Istambul.






























































N.A.: O atual nome da cidade em turco, İstanbul (AFI: [isˈtambul] ou, coloquialmente, [ɨsˈtambul]) vem sendo usado para descrever a cidade, nas diversas de suas variações, desde pelo menos o século X; vem sendo o nome comum da cidade no turco falado desde a Queda de Constantinopla, em 1453, e sua subsequente conquista pelos otomanos. Etimologicamente o nome é derivado da frase grega medieval "εἰς τὴν Πόλιν" [istimˈbolin] ou, no dialeto egeu, "εἰς τὰν Πόλιν" [istamˈbolin] (em grego moderno: "στην Πόλι" [stimˈboli]), que significa "na cidade", "à cidade" ou "centro da cidade".
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