abril 26, 2012

há lugares assim


aqui, onde a dor da perda e da despedida se tornaram reais, encontrei o lugar onde me reconstruo. e me encontro. recupero força e energia. e mitigo a saudade.

abril 17, 2012

aprendi




aprendi a sentar-me e a esperar. a esperar pelo tempo. um tempo qualquer que não sei qual é, que virá.
e de nada serve ter pressa porque é incerto o tempo que demorará.
aprendi a saborear a tranquilidade que reina na espera em silêncio por esse tempo que é meu também.
e eu que me deixava tantas vezes atropelar pelas palavras, aprendi a falar sem nada dizer… aprendi a estar sem estar, a conter o querer. aprendi a sorrir na ausência e a entender.
aprendi a sentar-me e esperar. porque afinal tenho tempo.

abril 13, 2012

[sem demoras]
















É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.


(Eugénio de Andrade)

abril 12, 2012

... em outra paisagem


Não digas nada
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada dizer
E tudo se entender
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada
Mas ali fui feliz
Não digas nada

(Fernando Pessoa in "Cancioneiro")

abril 07, 2012

abril 05, 2012

não há nada de novo...



"vaidade das vaidades, tudo é vaidade. (...) não há nada que seja novo debaixo do sol, ... não há memória do que já foi, mas nem ainda haverá recordação das coisas que têm de suceder depois de nós"

(Eclesiastes)