junho 04, 2010

[lágrimas no vidro]





Reinventa aquele abraço desenhado
com braços-algas flutuando
na espuma dos corpos distantes

Devolve-me a urgência das palavras
sulcadas na régua do tempo
embebidas em néctares de emoção

Contagia-me a sensibilidade da pele
com a querença da vida dádiva
na espontaneidade de prazer inovado

Acorda-me o olhar em cada girassol
onde alicerço pontes de memórias
sobre rios de beijos por trocar

E faz comigo, hoje, a Primavera
onde os corpos se enlaçam em raízes
plantadas na ambição de um só sangue
exsudado em veias enxertadas

Reinventa aquele abraço desenhado
e cola o teu corpo no meu
Lá fora chove, faz frio, é Inverno
o que vês no vidro são lágrimas do dia
e eu quero adormecer no Verão
da tua paixão,
aqui nesta cela: o teu coração!
(PAS[Ç]SOS)


[palavras provocadas pela imagem, da exposição "Palavras com Objectiva"]

3 comentários:

  1. a exposição estava maravilhosa
    por isso o vidro se encharcou de lágrimas.

    um abraço
    luísa

    ResponderEliminar
  2. Palavras e imagem em total harmonia...

    Parabéns

    ResponderEliminar
  3. nao tem nd q fale mais na hr da paixao do q nossos proprios corpos,nossa boca ate pode se abrir...mas para receber os beijos ardentes do ser amado,o resto...ah o resto e como a propria frase ja dis"resto é resto"...e o resto nosso corpo toma conta...
    parabens pelo texto,eu simplismente adorei!!!

    ResponderEliminar