[não sei para onde vou; mas vou comigo]

... do invisível

e (já) é julho outra vez.

"tu: se eu te lançar um desafio, tu aceitas?
eu: e sou lá mulher de voltar costas a um bom desafio. diz...
tu: vamos fotografar a lua e depois publicamos?
eu: bora!
(...)
eu: a minha já está.
tu: e a minha também..."

tu falavas do sorriso que a lua ilumina e esconde (acho eu. já não me lembro bem... e pior que é isso é não me deixares lembrar). e eu falei de como a alma se inquieta em noites como aquela e como a de hoje, de lua cheia.

... de que serve?

 

 

 

 

 

[um dia talvez. hoje não]

"(...)
Um dia, talvez, queira ser perfeito, mas hoje prefiro ser falível.
Um dia, talvez, queira ser normal, mas hoje prefiro ser estranho. Experimentar o medo como quem experimenta um par de sapatos, caminhar por estradas que ninguém quis alcatroar, e saber que se me olham com espanto é apenas, tão simples, porque sou espantoso.

Um dia, talvez, queira ser juiz, mas hoje prefiro ser julgado. Fazer coisas que alguém pode criticar, coisas que alguém pode até nunca apreciar, ou simplesmente coisas que não servem para nada e que faço apenas porque sim.
Um dia, talvez, queira ser imortal, mas hoje prefiro ser finito. (...)"
(Pedro Chagas Freitas in "prometo falhar")

["Escrava", escultura em bronze de Maximiano Alves,

expólio da exposição permanente do MNAC]

 

 

 

 

 



(muito) leve

"Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo."

(Alberto Caeiro, "O Guardador de Rebanhos")