julho 29, 2011

ópio




"O ópio faz crescer o que não tem fronteiras
Prolonga o ilimitado
Aprofunda o tempo, amplia a volúpia
E de prazeres sombrios e negros
Enche a alma além da sua capacidade."

(Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal")

julho 27, 2011

à margem




povoam-me os sonhos e a noite as sombras de um dia que passou. povoam-me o corpo e o ser rasgos d' um sentir e viver...assim, à margem da razão.

julho 20, 2011

re-inventar





"Há alturas na vida em que temos que pôr tudo em causa. E é bom que seja de forma cíclica. Para não corrermos o risco de repetirmos erros. Os mesmos erros. Para não cairmos no marasmo de uma monotonia frustrante. Para podermos perceber se somos felizes na forma como estamos a viver... a levar a vida... a conviver com os nossos sonhos... se conseguimos sonhar. Ter força para os realizar...
Desconstruir permite-nos conhecer os nossos medos. Saber que existem. Que são reais. Mas também que podem ser ultrapassados. Superados. Dá-nos a coragem para pôr em causa. Para dar um murro na mesa. Para nos apercebermos que temos usado as nossas forças, a nossa energia para concretizar tarefas, objectivos que muitas vezes não são os nossos. E, se não são os nossos, não nos farão felizes...(…) Sou um ser vivo. Com sentimentos. Com reacções. Que chora, que ri. Que se sabe desconstruir. Reinventar. No dia em que perder estes sentimentos estou morto... Não quero morrer. Quero continuar a sentir. A viver. A desconstruir-me.
Goza o presente. A vida é bela.”

(artigo de opinião por António Quina - fundador d’ A Vida é Bela)

julho 14, 2011

[lua cheia]




sobe calma e senhora de si, silenciosa... enquanto derrama sobre a cidade pequenos fogos fátuos, rebeldes e inquietos que nos impacientam a alma, em noites de luar.

silenciosamente

julho 12, 2011

travessia




"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

(Fernando Pessoa)